Eu tenho tudo para ser odiada por pessoas pseudo-alternativas e politicamente corretas: sou magra, branca e aliso o cabelo. E isso não faz de mim melhor que ninguém, e nem escrava do capitalismo. Algumas dessas coisas nasceram comigo e outras feitas por escolha minha, e só minha.
Ultimamente eu venho notando um movimento de oposição aos padrões de beleza que soa meio desmedido. Na ênfase de fazer a mulher negra se sentir valorizada, dá a entender que a branca é sem graça e vil. Para ir de encontro á ditadura da magreza, diz que a mulher magra é “magra feito palito” e feiosa. Para tentar manejar a aceitação dos cabelos cacheados e crespos, praticamente atira pedras em quem escolhe alisar.
Isso é tão ridículo quanto o processo de denegrimento que aconteceu (e acontece) com o pobre, o negro e o índio por anos. Em que momento é que o conceito de beleza vai independer de ativismo político? Beleza, minha gente, pode servir pra muita coisa, mas é, em primeiro lugar, estética.
Não sei se por sempre ter gostado de moda (não a moda “quero ser it-girl”, mas a moda “gosto de coisas bonitas para usar”) eu possa interpretar errado, mas o que faz alguém bonito perante os olhos de um verdadeiro artista (seja pintor, fotógrafo, modelista, o que for) não é a cor da pele, o tipo de cabelo ou o IMC; é a harmonia.
Nós somos herdeiros do padrão de beleza grego, que por mais tosco que seja (naquela tara por depilação, por exemplo) trata em primeiro lugar, da harmonia e da simetria. É claro que não existe ser humano 100% simétrico, mas na arte que é a aparência humana, não existe 100%; a beleza é feita de características que se combinam, traços que conversam entre si. Sem ativismos, só o belo.
A verdadeira beleza, principalmente numa mulher, que sofre mais constantemente com a pressão, é conhecer o próprio corpo o suficiente para tomar posse da liberdade de escolher, seja a roupa, os acessórios, a maquiagem, o penteado... É se conhecer o suficiente para tentar engordar ou emagrecer, o que for preciso, não porque alguém te ofendeu te chamando de “espeto de churrasco” ou de “free willy”, mas por saúde, por se olhar no espelho e se sentir maravilhos@ e apaixonad@ por si mesma.
Moda não é ditadura, do mesmo jeito que mídia não é mentira. Uma palavra não é sinônimo da outra, mas aconteceu de se tornarem (infelizmente) aliadas ao longo do tempo. Moda não serve para escravizar um indivíduo, mas para revelar, fazer saltar para o mundo todo ver o que há de mais bonito nessa pessoa, independente de serem os olhos, os pés ou os peitos.
Elegância também não é escravidão, queridos natural fags. Elegância é a alegria de vestir uma roupa que parece que nasceu para seu corpo, andar por aí com ela sendo magnífic@ e poderos@. Também é usar peças de qualidade, e num estilo próprio, e não misturar todas as tendências e sair no Loka do Dia da Blogueira Shame, queridos fashion fags.
Quem conhece o próprio gosto, e o próprio corpo, sabe escolher o que usar, sem se escravizar nem com a moda das revistinhas femininas nem com o ativismo de visual. Quem se conhece, eu repito, tem habilidade suficiente para sozinh@ reconhecer o que faz se sentir bem, sem necessidade de catecismos de moda e estilo, de qualquer tipo.
Porque todo ser humano tem um cérebro e dois olhos, e sabe reconhecer o que é belo. Não é preciso incutir ao outro um padrão ou a fixação da desconstrução de padrões. Se vocês querem uma democracia, deixem os outros pensarem por si só, e só opinem quando forem chamados.
PS: Peço perdão se tiver dito alguma besteira, ou ofendido alguém. Confesso que morro de medo de escrever esse tipo de texto, porque pode gerar polêmica, e eu tenho pavor disso, mas espero que vocês entendam o que eu quero dizer aqui, e caso queiram comentar meu pensamento, me contem; eu odeio polêmica, mas odoro ouvir histórias.
Mas primeiro, pelo amor de Deus: INTERPRETEM.
Beijos e espero conseguir voltar a postar com frequência. Em tempo, quero agradecer os mais de 100 likes da página do blog, vocês são um amor. ♥
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