O estilo de livro de A Seleção nunca foi exatamente meu tipo, sempre me inclinei mais para fantasias com vilões maléficos do que adoráveis distopias com garotas bem vestidas na capa. Tanto que na minha agenda de 2012 existe uma nota acerca de um "livro sobre reality show para ser princesa", nem o título eu conseguia me lembrar, para vocês verem como eu esperava pouco do tal livro.
Talvez por esperar apenas uma historinha fofa e legal eu tenha, de certa forma, me surpreendido. Não é um livro cabeça, e também não segue o padrão violento e conflituoso dos demais best-sellers distópicos (falo isso de acordo com minha experiência em Divergente/Insurgente e os capítulos que li de Jogos Vorazes).
É uma história bem escrita em que o principal foco são os personagens, que não são excessivamente problemáticos nem estúpidos.
A capa é linda, e devo acrescentar que sou chatíssima em se tratando de capas para livros "teen", que geralmente pecam por serem todas meio iguais. E ter o logotipo da Editora Seguinte embaixo acrescenta muito valor, já que se é editado por um selo da Companhia das Letras deve ser minimamente bom!
Quanto aos personagens, não há muito segredo. America Singer é uma garota ruiva que não acredita muito em si mesma (o que é plenamente normal com aquela mãe exagerada) e é apaixonada por um garoto moreno-lindo-de-olhos-verdes chamado Aspen (devo adiantar logo que Aspen sofre de uma espécie de co-dependência e não consegui gostar dele, ponto).
Uma coisa que achei interessante é que a nova moda é introduzir conflitos acerca de sexo nesses livros (isso acontece em Divergente também). Não sei minha geração é mais assanhada/precoce ou se é só a sociedade aceitando que gurias de 16 anos podem ser consumidas pelo fogo da paixão (pausa para gargalhar, por favor!!!).
Continuando: Em Illéa (uma nova versão dos EUA após duas guerras mundiais) as garotas entre 16 e 20 anos são chamadas a se inscrever em uma Seleção, em que as trinta e cinco mais bonitas/aptas/interessantes são enviadas para o palácio real para conviver com o príncipe Maxon Schreave, que deve escolher uma delas para ser a futura rainha. Tudo isso com frequentes participações legais na TV nacional (chamem Inês Brasil gente!).
America não quer se inscrever porque ama Aspen, apesar de que casar com ele a enviaria direto para uma vida paupérrima, sem direito a controle de natalidade e ainda tendo que limpar casas. No fim o Co-dependente-dos-olhos-verdes faz uma manobra altamente bizarra para que ela se inscreva, e depois termina com ela (gente maluca é estranha né...). A pobre America fica de coração partido e parte para a vida #mtloka no palácio.
A Seleção segue aquele padrão manjado e divertido de garotas passando a perna umas nas outras (mas America se mantêm a parte, depois de um episódio ótimo com o príncipe em que eles firmam um acordo de serem só melhores amigos), disputando desde vestidos e criadas até o melhor sorriso na TV.
O príncipe Maxon em si não é muito "OOOOOOHHHHHHH", mas é realmente divertido e... normal! Realmente um alívio depois do ex-namo que se auto flagelava, hein America? As partes com ele são as mais engraçadas, porque ele, apesar de todo correto, acaba deixando a protagonista em situações muito apertadas e constrangedoras para a própria. E isso acaba gerando inveja das outras participantes, sabotagens ciumentas e tal.
A Kiera Cass foi muito esperta e acabou o livro em um ponto de transição, deixando a abertura para o próximo "A Elite" bem clara. Eu acabei realmente curiosa!
No geral é um livro simples e gostoso de ler. A autora não comete loucuras na tentativa de impactar (bjs E.L. James) e os personagens são bem feitos a ponto de você conseguir simpatizar ou antipatizar eles sem esforço. Ponto importante: America Singer não é retardada, nem se faz de tal, o que quer dizer muita coisa.
Livro bom para fazer como eu e ler nas férias, porque nesse calor pensar vira pecado e você tem que rir para relaxar o mínimo.
Kiera Cass
2012, Editora Seguinte
E EXTRA!! Acabei de descobrir que o canal americano CW tem os direitos do livro e pretende fazer uma série (oi oi oi) em que (ai ai ai) Will Moseley (de As Crônicas de Nárnia) fará o Aspen (vou ignorar que Aspen seria moreno)!!! A série foi adiada porque o primeiro piloto não foi aprovado pelo canal e o diretor está fazendo alterações (inclusive no cast, talvez, snif).
Créditos da imagem do post: Vinte e poucos.
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