25 de setembro de 2012

Contadora de Histórias


"Esse texto faz parte da blogagem coletiva promovida no Depois dos Quinze"



Quase todas as minhas lembranças de infância tem a ver com livros. E com músicas.

Ler a adaptação infanto-juvenil de Os Miseráveis enquanto minha mãe ouvia Djavan, ler Harry Potter enquanto fazia a decoração de natal, A Menina que Roubava Livros combinada com a cello-version de Apologize do One Republic...

Minha maior diversão sempre foi inventar histórias enquanto fazia as coisas, às vezes narrando minha própria vida na tentativa de fazê-la mais interessante. Me lembro de uma história específica sobre uma garota pobre que perdia os pais (sempre tive uma fixação por órfãos) e que acabava morrendo de fome no chão da casa dos vizinhos. Inventei isso quando tinha uns oito ou nove anos, e ouvindo o CD de Notre-Dame de Paris, o mesmo de onde anos depois tiraria o nome desse blog; resultado: passei anos sem poder ouvir o tal CD porque me lembrava da garota e chorava rios.

Não me lembro de quando consegui me livrar do trauma, mas até hoje faço questão de associar nem que seja uma música a cada bom livro que leio, de forma que ambos se tornem marcos na minha mente.


foto: László Luca Gerda (adaptada)

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